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Ciência, Tecnologia e Sociedade

Science, Technology and Society

Teresa Barceló Ugarte, Universidad San Pablo-CEU, Madrid, España

M. Julia González-Conde, Universidad Complutense de Madrid, España

Francisco Baptista Gil, Universidade do Algarve, Portugal

Lurdes Sousa, Universidade do Algarve, Portugal

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Nota Introdutória

Na idade média, o conhecimento estava dividido nas chamadas Sete Artes Liberais, que correspondiam ao “trivium” (gramática, retórica e lógica) e ao “quatrivium” (geometria, aritmética, música e astronomia), e formavam uma base educativa para os poucos que frequentavam as Universidades europeias e que depois se especializavam em áreas como a medicina, o direito ou a teologia. Com o tempo, as áreas de especialização foram englobando outras áreas disciplinares como a filosofia, a literatura, a história ou a biologia, a física e a química, entre outras.

Com o desenvolvimento do conhecimento e a democratização no acesso à educação, as áreas disciplinares ampliaram-se gradualmente, ganhando autonomia e levando à fragmentação do universo teórico do conhecimento, constituindo-se hoje como um conjunto de diferentes áreas do saber, grande parte das vezes isoladas e fechadas sobre os seus próprios paradigmas.

Parecerá artificial a falta de interligação das diferentes disciplinas – as partes – no universo do conhecimento – o todo. Contudo, é a própria característica estanque das partes que tem fortalecido uma visão disciplinar do saber como ilhas isoladas. Tratar-se-á de questões de comunicação e de poder, dizem alguns. É possível.

A construção de uma revista multidisciplinar, numa perspetiva de integração do conhecimento, pretende destacar os pontos de contacto entre as diferentes áreas de estudo, tentando ultrapassar falhas de comunicação e criando pontes entre as ciências sociais, as artes, humanidades e as ciências exatas. Neste número apresentamos uma diversidade de abordagens, não só em relação às áreas de conhecimento, mas também em relação aos diferentes espaços de atuação de investigadores com origem na Europa, África, Médio Oriente e Américas.

Um conjunto de textos em várias áreas do conhecimento não é por si só sinónimo de integração e de interdisciplinaridade. Não. Os espaços onde os autores têm desenvolvido os seus trabalhos, desenvolvendo as diferentes especializações e códigos comunicacionais entre os seus pares, não facilitam abordagens muito diferentes nos fenómenos estudados. Mas para já, queremos no mínimo tentar inverter esse carácter estanque, procurando responder à complexidade do real. Como refere Walter Bazzo, a ciência e tecnologia são atividades sociais, feitas por pessoas, situadas no tempo, no espaço, na cultura e na sociedade, devemos, portanto, considerá-las e compreendê-las de forma integrada.Votos de boas leituras.

Francisco Baptista Gil, Editor

 

Palavras-Chave: ciência, tecnologia, sociedade

 

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