Uma Breve História da Tuberculose em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.23882/rmd.22098Palavras-chave:
Antibióticos, Bacilo de Koch, Higiene pública, Sanatórios, Tuberculose, Vacina BCGResumo
A tuberculose foi uma doença muito grave em Portugal, designadamente nos séculos XIX e XX, tendo vitimado escritores como Júlio Dinis, António Nobre, Cesário Verde e António Aleixo. Uma iniciativa pioneira foi a criação, no Funchal, do Hospício Princesa D. Maria Amélia, em 1853. No entanto, já depois do bacteriologista alemão Robert Koch ter identificado a bactéria causadora, foram dados passos decisivos para melhorar a higiene pública e debelar a doença entre nós, com as criações, em 1899, da Assistência Nacional aos Tuberculosos (desde 1945, passou, nacionalizada, a ser designada por Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos), pela rainha D. Amélia, e da Liga Nacional contra a Tuberculose, por Miguel Bombarda. Foram também estabelecidos vários sanatórios: salientaram-se o Sanatório Sousa Martins, na Guarda, fundado por Lopo de Carvalho, em 1907, e o do Caramulo, fundado por Jerónimo de Lacerda, em 1920. Finalmente, revelaram-se instrumentos eficazes a contra a tuberculose, a aplicação da vacina BCG, inventada em 1921, e generalizada entre nós, com um plano de vacinação concretizado a partir dos anos 50, e a aplicação de um antibiótico (a estreptomicina), identificado em 1946 e logo aqui usado. No presente artigo pretendemos apresentar, em linhas gerais, o desenvolvimento da doença entre nós, salientando a recepção das novidades médicas, e a sua progressiva diminuição.
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