O aumento das qualificações e o bem-estar intergeracional

O emprego e a produtividade em pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23882/rmd.22100

Resumo

Nós humanos não estamos programados para assistir a alterações bruscas e realidades novas que daí advêm, mas a realidade é bastante mais convencional do que as nossas ideias. Isto significa que a realidade pós Covid-19 será mais incerta, propagadora do risco e, logo, do medo e da precaução. É o advento de transformações velozes que nos obrigará a sermos mais humildes perante a natureza, o convívio e o ensino. O mito do digital aumenta algumas qualificações no curto prazo, mas a prazo altera o método da transmissão do conhecimento com reflexos óbvios no modelo de emprego, logo na produtividade e no lazer. Dito de outra forma, esta trilogia a que estamos a assistir seguirá ao longo do tempo o seu rumo adaptativo. Entretanto, esta turbulência já está a irá criar um fosso entre gerações. Caminhamos num trilho entre o modo de vida presencial e o modo de vida remoto. A adaptação a um novo mercado de trabalho que nos espera continuará a gerir rendimentos sem os quais o viver e o lazer não terão bem-estar. Os locais de ensino estão a ser reinventados, provocando a familiaridade com as plataformas digitais e com os contactos remotos. Não restarão dúvidas sobre os efeitos teoricamente nefastos sobre as qualificações dos estudantes e sobre a formação contínua de quem labora. Delicadamente tudo mudou. O reflexo da turbulência provocada pela pandemia tornou mais evidente o que já vinha a ser latente, ou seja, acelerou a complementaridade do ciclo de aprendizagem e do conhecimento até ao mercado de trabalho. É o que pretendemos ensaiar com este testemunho.

Referências

Banco Mundial (2020, junho 18). Simulation the Potential Impacts of Covid-19 School Closures on Schooling and Learning Outcomes: a Set of Global Esti-mates. The World Bank. https://bit.ly/34lBhkr

Bar-Isaac, H., & Levy, R. (2022). Motivating employees through career paths. Jour-nal of Labor Economics, 40(1), 95-131. https://doi.org/10.1086/713759

Becker, G. S., & Tomes, N. (1979). An equilibrium theory of the distribution of income and intergenerational mobility. Journal of political Economy, 87(6), 1153-1189. https://doi.org/10.1086/260831

Becker, Gary (1994). Human Capital: A Theoretical and Empirical Analysis, with Special Reference to Education. University of Chicago Press, Chicago.

Becker, Gary S. (2009). Human capital: A theoretical and empirical analysis, with special reference to education. University of Chicago press.

Becker, G. S., Mulligan, C. B. (1997). The Endogenous Determination of Time Pref-erence, The Quarterly Journal of Economics, 112(3), 729–758. https://doi.org/10.1162/003355397555334

Bengtson, V. L., & Silverstein, M. (2019). Longitudinal study of generations, Cali-fornia, 1971, 1985, 1988, 1991, 1994, 1997, 2000, 2005 [Data file and code-book]. https://doi.org/10.3886/ICPSR22100.v5

Centeno, M. (2021, novembro 29). Os desafios da economia portuguesa na pós-pandemia. Intervenção de abertura do Governador do Banco de Portugal na Conferência do Expresso e Banco de Portugal. Banco de Portugal. https://bit.ly/342DMsf

Crato, N. (2020). Como a pandemia mudou a educação, e como a pandemia não mudou a educação. In N. Santos (Org.). Pensar o Futuro: Portugal e o mundo depois da Covid-19 (pp. 183-197). Porto Editora.

Darwin, C. (1859). A Origem das Espécies. Lello & Irmão Editores. Porto. S/d.

Deater-Deckard, K. (2014). Family Matters: Intergenerational and Interpersonal Pro-cesses of Executive Function and Attentive Behavior. Current Directions in Psychological Science, 23(3), 230-236. https://doi.org/10.1177%2F0963721414531597

Dorn, E., Hancock B., Sarakatsannis, J., & Viruleg, E. (2021). COVID-19 and edu-cation: The lingering effects of unfinished learning. Mckinsey & Company. https://mck.co/3rUxjYk

Kirschner, P. A., & De Bruyckere, P. (2017). The myths of the digital native and the multitasker. Teaching and Teacher Education, 67, 135-142. https://doi.org/10.1016/j.tate.2017.06.001

Martin-Matthews, A., & Kobayashi, K. M. (2018). Intergenerational Transmission: Research on Levels of Intergenerational Mobility. In International Encyclope-dia of the Social Sciences, May 29, https://bit.ly/3o8tY6O

Menchik, P. L. (1979). Inter-generational Transmission of Inequality: An Empirical Study of Wealth Mobility. Economica, 46(184), 349-362. https://doi.org/10.2307/2553676.

Neves, J. C. (2020). Economia: o vírus não dá saltos. In N. Santos (Org.), Pensar o Futuro: Portugal e o mundo depois da Covid-19 (pp. 123-137). Porto Editora.

OIT, Organização Internacional do Trabalho (2022). World Employment and Social Outlook: Trends 2022. Genebra.

Piketty, T. (2014). O Capital no século XXI. Temas e Debates.

Pinto, J. N. (2020). Contágios – 2500 anos de Pestes. Publicações Dom Quixote.

PROSPER – Católica Lisbon Center of Economics for Prosperity (2021, junho 22). 400 Mil novos pobres e 9% de aumento na desigualdade devido à covid-19 em Portugal. Universidade Católica Portuguesa, Notícias. https://bit.ly/3KY6X0q

Ross, A, (2016). As Indústrias do Futuro. Conjuntura Actual Editora.

Santos, A. D. (2020). A crise estabelecida e a aversão ao estranho: o novo despertar da vivência racional. Nova Águia, Revista de Cultura para o Século XXI, 26, 93-98.

Simões, M., Fonte-Santa, S. (2021). Efeito das políticas da educação na produtivi-dade. GPEARI, Boletim Mensal de Economia Portuguesa, 12, 105-118. https://bit.ly/3ILSSkC

Downloads

Publicado

2022-02-07

Como Citar

Duarte Santos, A. (2022). O aumento das qualificações e o bem-estar intergeracional: O emprego e a produtividade em pandemia. [RMd] RevistaMultidisciplinar, 4(1), 135–150. https://doi.org/10.23882/rmd.22100