O aumento das qualificações e o bem-estar intergeracional
O emprego e a produtividade em pandemia
DOI:
https://doi.org/10.23882/rmd.22100Resumo
Nós humanos não estamos programados para assistir a alterações bruscas e realidades novas que daí advêm, mas a realidade é bastante mais convencional do que as nossas ideias. Isto significa que a realidade pós Covid-19 será mais incerta, propagadora do risco e, logo, do medo e da precaução. É o advento de transformações velozes que nos obrigará a sermos mais humildes perante a natureza, o convívio e o ensino. O mito do digital aumenta algumas qualificações no curto prazo, mas a prazo altera o método da transmissão do conhecimento com reflexos óbvios no modelo de emprego, logo na produtividade e no lazer. Dito de outra forma, esta trilogia a que estamos a assistir seguirá ao longo do tempo o seu rumo adaptativo. Entretanto, esta turbulência já está a irá criar um fosso entre gerações. Caminhamos num trilho entre o modo de vida presencial e o modo de vida remoto. A adaptação a um novo mercado de trabalho que nos espera continuará a gerir rendimentos sem os quais o viver e o lazer não terão bem-estar. Os locais de ensino estão a ser reinventados, provocando a familiaridade com as plataformas digitais e com os contactos remotos. Não restarão dúvidas sobre os efeitos teoricamente nefastos sobre as qualificações dos estudantes e sobre a formação contínua de quem labora. Delicadamente tudo mudou. O reflexo da turbulência provocada pela pandemia tornou mais evidente o que já vinha a ser latente, ou seja, acelerou a complementaridade do ciclo de aprendizagem e do conhecimento até ao mercado de trabalho. É o que pretendemos ensaiar com este testemunho.
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